terça-feira, 19 de julho de 2011

Deixa-me seguir para o mar

O poetinha do Alegrete (RS) nasceu há mais de 100 anos: em 1906, de um farmacêutico e uma dona de casa. Aprende a ler em casa, vai estudando no interior e aos pouquinhos começa a publicar seus trabalhos – os primeiros, na revista do Colégio Militar de Porto Alegre. Vai publicando um poema ali, outro aqui, um livrinho lá outro cá, até chegar a mais de 30 livros publicados em vida. O poema abaixo está em Baú de Espantos, livro de 1986.



Deixa-me seguir para o mar*

Tenta esquecer-me... Ser lembrado é como
evocar-se um fantasma... Deixa –me ser
o que sou, o que sempre fui, um rio que vai fluindo...

Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
me recamarei de estrelas como um manto real,
me bordarei de nuvens e de asas,
às vezes virão em mim as crianças banhar-se...

Um espelho não guarda as coisas refletidas!
e o meu destino é seguir ... é seguir para o Mar,
as imagens perdendo no caminho...
deixa-me fluir, passar, cantar...

toda a tristeza dos rios
é não poder parar!




*sugerido pela nossa abuelita musa & artista Amanda Aguilar.

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