sexta-feira, 29 de julho de 2011

A Síntese...

 
Esta alma pequenina
Do oceano precisa beber
Para que de sua imensidão
Possa conhecer
Antes que possa sintetizar a gota perfeita...

Milhares de litros de água do mar hei de beber
Milhares de palavras hei de falar
Milhares de idéias hei de pensar
Antes que possa sintetizar
A gota perfeita do saber...

Milhares de vidas tenho vivido
Não sei quantas ainda hei viver
Antes que possa sintetizar
A gota perfeita do Ser...

A essência da gota,
A mesma do Ser...

Por Nuit Sandoval

O Maravilhoso Deva da Criatividade


Salve amadas musas, como estão?
Hoje gostaria de compartilhar com vocês, que meus dias têm sido muito criativos, pois tenho como companhia a Criatividade, este deva amigo-amiga, que faz meu ser vibrar de alegria e amor com as possibilidades de cada dia: O que vamos criar hoje?
Sabem, este é um dom feminino muito especial que faz com que a vida ao nosso redor encha-se de cores, formas, inspirações... Ahhhhhh! A vida é muito criativa, basta observar a natureza, suas infinitas formas, cores, texturas, tamanhos, detalhes... Cada criatura com sua beleza particular, todos coexistindo numa interação complementar maravilhosa, juntando-se todas as cores que somos para formamos um lindo arco-íris...
A Criatividade tem sido minha musa, e a tenho cultivado e valorizado, porque me faz sentir viva e com este entusiasmo que nos enche de devoção por Deus, pelo Criador.
Já perceberam que a palavra cria-tividade tem a mesma raiz de cria-dor? Então seria lógico pensar que criatividade seria o exercício do Criador, pois, nós pequeninas fagulhas D'Ele também temos este poder de criar, de dar forma, de dar vida, de tomarmos elementos separados, e ao juntarmos, colocando a cola da criatividade, damos vida e utilidade ao que antes era um amontoado de coisas, que separadas, de nada serviam...
Por exemplo, estava precisando de um incensário, porque me mudei há duas semanas e o perdi na mudança, ainda não o encontrei e pensei comigo mesmo: preciso ir comprar um novo incensário! E fiquei com a ideia de que precisava de um incensário, e o pensamento seguinte foi: Por que não construir um? E o deva da criatividade me manteve este pensamento e comecei a buscar entre as coisinhas que tinha em casa - que vamos juntando - e hoje, olhei para um objeto que, na verdade tinha outra função, uma caixinha pequena de vime em forma de coração que minha irmã me deu e deu um plim: puxa aqui daria um ótimo incensário, só preciso de algo para fixar em pé o incenso... e plim de novo, ao ver uma bolinha de vidro com furinho que recolhi na rua e que não tinha nenhuma utilidade até então, pois a varetinha do incenso encaixou ali perfeitamente.
Hahahah fiquei tão feliz com a possibilidade de criar e dar forma ao que já está ali esperando... E compreendi que no mundo já existe tudo em termos de materiais, porque etão ficarmos neste conceito de que necessitamos comprar e comprar, e consumir e entulhar nossas casas de coisas, o que gera outra necessidade, a de mais armários para guardarmos tantas e tantas coisas...
A hora, amados, é de reciclar, usando da cola da criatividade, as mãos da beleza, o sopro da alegria... Vamos voltar a ter um pequeno espaço em nossa casita, uma pequena oficina em que vamos depositando ali pequenas peças que vão sobrando que vamos recolhendo aqui e ali... Aqui em casa tenho um ateliê, que é só um quartinho aqui em casa,  ali eu brinco coma criatividade, onde faço meu artesanato, ali onde eu reverencio este deva tão amado da Criatividade. Agora escrevendo me dou conta de que preciso reverenciá-lo mais, oferecer-lhe incensos e flores para que também se nutra de meu amor e gratidão por ele...
Fica aqui, irmãs e irmãos, a sugestão para exercitarmos mais a criatividade e sentir este aspecto da divindade que está em ti e que está em mim, um maravilhoso exercício até um dia em que você olha para teu entorno e perceber que a criatividade tem sido uma presença em sua vida...
Om Guru Deva Criatividade Om
Om Guru Deva Irmandade Om
Com amor criativo,
Nuit Sandoval

terça-feira, 26 de julho de 2011

Classe Media (Mario Benedetti)

meio rica
meio culta
entre o que crê ser e o que é
media uma distância meio grande
Do meio mira meio mal
os neguinhos
os ricos os sábios
os loucos
os pobres
Se escuta um Hitler
gosta mais ou menos
e se um Che fala
também
Em meio ao nada
meio que duvida
como tudo a atrai (a meias)
analisa até a metade
todos os fatos
e (meio confundida)
sai às ruas com meia panela
então meio que chega a se importar
com os que mandam (meio nas sombras)
às vezes, só às vezes, se dá conta (meio tarde)
de que a usaram como peão
em um xadrez que não compreende
e que nunca a converte em Rainha
Assim, meio raivosa
se lamenta (a meias)
de ser o meio do que outros comem
dos quais não consegue entender
nem a metade.

Mario Benedetti, poeta uruguaio, nasceu em 14 de setembro de 1920 em Tacuarembó. Em 1945 integrou a redação do semanário Marcha e, em 1949, publicou seu primeiro livro de contos ,“Esta Manãna”. Um ano mais tarde aparecem os poemas Sólo Mientras Tanto. Em 1960, sua obra alcança transcendência internacional. É um clássico da literatura contemporânea. Sua morte em 17 de maio de 2009 deixou imenso vazio.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Enquanto as mulheres dançarem

Nossas musas, nossas shaktis, nossas mães, nossas irmãs. O feminino representando a doçura sagrada na Terra! Dancem, dancem, dancem! Um presente da mais nova mamita jovem do ayllu, Esmeralda Molina.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

"nessum dorma"


Queridos irmãos!
a musica é um presente da misteriosa e rítmica vida... que cria a música no coração da humanidade e logo, nós, os pequeníssimos índios, tiramos para fora através de diversos instrumentos e de músicas que permeiam a dura casca do ego, e alegram o índio sagrado do coração, e ali a alegria dança!
Acordei cedíssimo, escutando na habitação do coração, nessum dorma, ah... quanta pureza e alegria tem os amanheceres, o Deus dos amanheceres canta uma música única... como esta que recebi, escutei, e me levou ao mais profundo do coração, ali onde a vida dança...... e o AMOR, nos aninha ainda....
"nessum dorma", significa que ninguém durma, é a parte mais conhecida da obra Turandot, que adoro, de Puccini(1858-1924), e quando a escutas, sentes o aroma sagrado da cultura solar da humanidade, enchendo os interstícios da Pachamama........ os homens e as mulheres também podem ser pássaros no vento, golfinhos alegres, cantando e elevando unidos ao Todo nossas vidas........
"nessum dorma", que ninguém durma sem amar, sem ser amado, sem experimentar a graça do AMOR, a alegria que purifica e consome todo esse vício individualista e egocentrico do eumismo....
ah... queridos desfrutem de Pavarotti e de sua voz de tenor maravilhosa.... sintam a espessura de seu laríngeo...ah, quando os homens se libertam de bobagens medrosas e tiram de si seus dons..........quanto há de belo na humanidade, ah... "nessum dorma" amados, que ninguém durma e todos amemos mais mais mais...... é minha prece nesta hora de vento e compaixão........

Nessun dorma! nessun dorma!
tu pure, o principessa,
nella tua fredda stanza
guardi le stelle
che tremano d'amore
e di speranza.
Ma il mio mistero é chiuso in me,
il nome mio nessun saprà!
no, no, sulla tua bocca lo dirò
quando la luce splenderà!
Ed il mio bacio scioglierà il silenzio
che ti fa mia!
Dilegua, o notte!
tramontate, stelle!
tramontate, stelle!
all'alba vincerò!
vincerò, vincerò!
vincerò!


lucidor

terça-feira, 19 de julho de 2011

Deixa-me seguir para o mar

O poetinha do Alegrete (RS) nasceu há mais de 100 anos: em 1906, de um farmacêutico e uma dona de casa. Aprende a ler em casa, vai estudando no interior e aos pouquinhos começa a publicar seus trabalhos – os primeiros, na revista do Colégio Militar de Porto Alegre. Vai publicando um poema ali, outro aqui, um livrinho lá outro cá, até chegar a mais de 30 livros publicados em vida. O poema abaixo está em Baú de Espantos, livro de 1986.



Deixa-me seguir para o mar*

Tenta esquecer-me... Ser lembrado é como
evocar-se um fantasma... Deixa –me ser
o que sou, o que sempre fui, um rio que vai fluindo...

Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
me recamarei de estrelas como um manto real,
me bordarei de nuvens e de asas,
às vezes virão em mim as crianças banhar-se...

Um espelho não guarda as coisas refletidas!
e o meu destino é seguir ... é seguir para o Mar,
as imagens perdendo no caminho...
deixa-me fluir, passar, cantar...

toda a tristeza dos rios
é não poder parar!




*sugerido pela nossa abuelita musa & artista Amanda Aguilar.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Sussuros da Eternidade



"Verei amanhecer o dia, ó Mãe Divina, em que o pronunciar de Teu Nome por mim trará consigo uma enchente de lágrimas, que inundará a aridez de meu coração e derrubará os portões escuros de minha ignorância? Então, no lago de minhas lágrimas acumuladas, florescerá o lótus luminoso da sabedoria, e as trevas de minha mente serão dissipadas. Ó Mãe Divina sem forma e que tudo permeias, vem a mim na forma tangível da bondade e leva-me para bem longe das praias da tristeza."

Do livro Sussuros da Eternidade, escrito por Paramhansa Yogananda e inspirada em uma canção de Ram Prasad, um dos maiores santos devocionais da Índia.


*trecho sugerido pela florzinha Amrita Iriarte. Quadro de Paul Signac, sugerido pela porteña Paloma Aguilar.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Boticelli..................

ah....boticelli.....as musas danzan en teu obra, as madonnas...os giros de luz e contrastes me lembran os atardeceres en a pampa......e ese brilho en os olhos de feroz sensualidade...........
as veces as musas danzan en silabas secretas, dentro do coração indio, mas as veces nos sube a vida pelos cores , os silenciosos e luminosos pincelazos da pachamama a traves de cada artista.
Asi, as musas con suas delicadas pisadas....despacito, como un colibri nos visitan e nos dejan cheios de luz e silencios gratos.Me siento gravido de cores, cuando visito en florencia o en outros lugares as obras de Boticelli.........ah, cuanta magia cuanta poesia hay en teus pinceladas maestro!

Sandro Botticelli (1445-1510)
Nació en Florencia, Italia. Pintor líder del renacimiento florentino que desarrolló un estilo personal caracterizado por línea marcada y elegante. Botticelli pasó su vida pintando retratos y cuadros por encargo de las familias prominentes de Florencia. También realizó obras religiosas, de las cuales destacan sus madonnas y pinturas al fresco realizadas en la Capilla Sixtina del Vaticano.
lucidor

O Nascimento de Vênus